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Música, a vivacidade do espírito humano



Ontem era domingo e passei o dia escrevendo com voracidade alguns trechos da minha Tese, isso não ocorre em qualquer momento, pois preciso de um descanso prévio, uma dose de inspiração e calmaria de alma para transcrever o sentimento em cada frase. Mas o domingo foi diferente, me dei por conta de algo intenso e sonoro que acompanha as minhas criações há anos, a música.



Como se fosse a um ato de reflexão sobre as próprias práticas de leitura e escrita, percebi que a música estava lá, ao longo das linhas, páginas, meses e anos em que me debruço nessas atividades. Tal qual uma sinfonia, as músicas acompanham a minha trajetória de vida, perpassam os momentos de trabalho e invadem a introspecção da solidão, dos agitados papos entre amigos e até a academia que frequento.


De fato, ao pensar sobre o assunto, a música faz parte da minha evolução enquanto ser humano. E, não posso pensar que ao falar de música, dito somente uma, e sim uma playlist variada, repleta de ritmos, cada qual com seu momento e finalidade.


Imagem de Holdosi por Pixabay

Ao vasculhar as playlist do aplicativo que uso há anos, identifiquei que o gosto musical mudou de um ano para o outro. Algumas canções lindas ficaram esquecidas, enquanto outras estão presentes em pensamento até mesmo quando não reproduzida nos equipamentos. Os momentos ganham vida e repertório. Por exemplo, ao ler e escrever procuro mantras budistas que tornam o ambiente calmo e afável aos ouvidos, já em recepções o pop rock entra em ação para animar os presentes e na academia, a música eletrônica estimula a corporeidade. Se bem, que há alguns meses ao fazer atividades físicas, descobri o poder dos podcasts e a infinidade de conhecimento que pode ser adquirido nesses momentos, mas isso será tema de um próximo texto.


Imagem de Dana Tentis por Pixabay

Dessa forma, além de acompanhar o corpo e o pensamento durante as atividades diárias, a música influencia no estado de espírito e torna o momento agradável para a alma, tornando o ser amável. Sob um limiar histórico, a música faz parte do repertório devocional de diferentes religiões, tanto as orientais quanto as ocidentais, que descobriram o poder de conectar o ser humano com os Deuses utilizando instrumentos sonoros e a voz.


Os rituais de cura praticados pela maioria dos povos indígenas são baseados em canções que potencializam o contato com as entidades e possibilitam ao ser humano acessar diferentes estados de espírito e impor seu dom sobre outra pessoa. Essa mesma lógica é empregada nas diferentes religiões e crenças que utilizam a música para invocar os Deuses e criar um ambiente.


Enquanto ser humano inquieto e com espírito de pesquisador, sempre fui curioso ao tentar desvendar essas experiências de alma e espírito que a população em geral vivencia no decorrer da vida. Por esse motivo, a observação das religiões e dos cultos devocionais que reverberam as crenças de determinado povo, possibilitam uma visão ampliada do contexto e demonstram a importância sociocultural representada para a população.


Dessa forma, a música traz consigo a capacidade de experienciar o ser humano sob diferentes sentimentos de vida e observação do meio em que ele está inserido, favorecendo a descoberta das esferas humanizadas do Ser. Partindo das minhas próprias experiências de vida e criação que a música representa, e os aspectos místicos que estão presentes no cotidiano da população, pode ser verificada a sua importância.


Assim, caro leitor, espero com essa reflexão contribuir para a sua vivencia. Aproveite os momentos livres na rotina para ouvir uma boa música, deixando-a entrar na essência do seu espírito e conduzindo a amorosidade presente nas nuances dos sons.


Sobre o autor:

*Enf. Me. Luís Felipe Pissaia 

COREN/RS 498541


Mestre e Doutorando em Ensino

Especialista em Gestão e Auditoria em Serviços da Saúde


Docente Universidade do Vale do Taquari - Univates 


Enfermeiro de Rel. Empresariais - Marketing e Relacionamento Unimed VTRP

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