Por Vanessa Campos
A minha vida é vivida. Já disse isso para vocês. Eu digo tanta coisa, para tanta gente, que me desculpem se estiver sendo repetitiva. Portanto, finjam que é uma novidade por que fica melhor para meu ego (risos).
Retomando o assunto: como levo a minha vida...
Outro dia estava pensando sobre isso na minha caminhada do meio dia. Sim, eu caminho no sol do meio dia. Quando não posso, caminho na esteira mas o sol é fundamental pra mim. Na caminhada, fiquei pensando em uma coisa muito inusitada que mostra um pouco como encaro essa vida (depois explico melhor o “ESSA”). Enfim... me dei conta do seguinte: se é para ser, que seja. Se é para ir caminhar, que eu sue; se é para amar, que eu ame intensamente; se é para comer uma comida, que seja apimentada; se for doce, que seja bem doce. Me dei conta do que sempre soube, mas compartilharei com vocês. Levo a vida a sério. Vivo intensamente. Tenho horror de coisa meia boca, vida morna, sensação de insatisfação. Meu café é forte e preto, minha limonada é sem açúcar. Bebida (quando bebo) não é drink com leite condensado, nem cerveja. É cachaça, vodca, whisky e de quebra um vinho bem encorpado.
Vivo a vida hoje e todos os dias. Na sua alegria ou na tristeza, na dor, na felicidade. E se existe esse negócio de outras vidas sempre vou viver assim. É contraditório porque digo que na minha próxima vida, se ela existir, queria vir como cachorro de madame - não sei se não iria me entediar mas não vou me preocupar com isso agora. O que quero dizer para vocês é que tenho certeza absoluta de que em uma das vidas passadas que tive e, nem preciso fazer regressão para dizer para vocês, eu vivi na França, num palácio, na época da Belle Époque. Momento histórico que tinham os reis, rainhas, princesas, nobres e plebeus com aquelas roupas deslumbrantes. Espartilhos, saias longas com armação. Corpo violão. Joias raras de esmeraldas cravejadas de brilhantes. Não era rainha. Certo que não! Pertencia a nobreza. Talvez uma duquesa, amante do rei, ou alguém bem poderoso - algo assim.
A cada filme que vejo dessa época tenho a certeza que vivi lá. Camas gigantes, com tules de seda brancos. Passagens secretas com seus labirintos e suas paredes de pedras úmidas e escuras. Sinto até o cheiro de lá. Um glamour requintado, oculto. E as festas?! Nossa que maravilha aqueles bailes, banquetes com tudo quanto é tipo de caça (vai ver é daí que adoro carne de caça). Que época!
Acredito que não me envolvia em política, nem qualquer conflito maior porque a minha paixão estava no glamour.
Vocês devem estar pensando: "a Vanessa consegue viver uma vida assim, que maravilha". Só que vocês se enganam fiquei longos anos nas sombras e me perdi no caminho. Perdi minha essência, minha espontaneidade. Culpa de alguém? Sim, minha! Eu permiti.
Sei o dia que comecei a caminhada do meu resgate. Um dia no ano de 2011 – numa palestra sobre “organização do tempo”. O palestrante deu a seguinte tarefa: escreva num papel o que vocês querem/desejam para daqui a 10 anos. Minha mente parou e escrevi o que minha alma falou: “morar em Paris”. Queria respirar o cheiro de Paris. Me imaginei livre, cabelos ao vento e era inverno. Paris tem um cheiro familiar (o que confirma minha outra vida, hehehe). O palestrante continuou: “e me diga, o que tu estás fazendo para que isso aconteça?” Juro que se eu tivesse sozinha teria me sentado no chão e chorado desesperadamente. Fiquei tonta, quase com uma crise de ansiedade. Não estava fazendo absolutamente coisa E este foi o início de tudo! Doeu muito. Tive que escolher muitos caminhos sem volta. Me desapegar de coisas, pessoas e crenças. Algo difícil para mim e para quase todo mundo. Ainda faltam 3 anos para completar os meus 10.
Acho que mudei de ideia. Nem sei se quero morar em Paris – não era a cidade em si e sim a forma como eu me sentia. Eu estava oprimida em uma vida sem sentido. Por isso que digo para vocês. Não sei se ia ser bom na próxima vida eu ser poodle de madame. Passar o dia todo deitada na almofada de seda do sofá da sala ou na colcha 1500 fios da cama de minha dona. E o pior que acabo de me dar conta: ter uma dona. Acho que preciso, com urgência, rever o meu desejo.
O que aprendi? Muito! O desejo? Mais ainda! A questão é que somos livres quando podemos até nos permitir ter lindos devaneios, sem medo algum! Está é a lição! Alguma!
Um beijo... até semana que vem.
Vanessa Campos
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