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51º Festival de cinema de Gramado


vagner Oliveira
Créditos: Pedro Brogni.

Em mais um ano estive no Festival de Cinema de Gramado, tradicional evento realizado na serra gaúcha desde os anos 1970 e que possui o Kikito como a sua estrela maior. Tive a honra de estar entrevistando celebridades e empresários no famoso tapete vermelho na rua coberta, onde todos os artistas, equipe e apoiadores passam para ir ao Palácio dos Festivais prestigiar as obras do cinema e as premiações.


Neste ano, o festival aconteceu de 11 a 19 de agosto, foram mais de mil títulos inscritos e, entre os longas brasileiros, todas as produções fizeram suas premières mundiais em Gramado. Retratos Fantasmas (2023), de Kleber Mendonça Filho, foi o filme de abertura. Em seguida, foram apresentados nas mostras competitivas seis Longas-Metragens Brasileiros, cinco Longas-Metragens Documentais, cinco Longas-Metragens Gaúchos e 23 Curtas-Metragens Gaúchos.


Todos os projetos foram exibidos no Palácio dos Festivais. Além das sessões, o festival também homenageou cinco artistas que contribuíram de alguma forma para a sétima arte nacional. São elas: Lucy Barreto (Troféu Eduardo Abelin), Ingrid Guimarães (Troféu Cidade de Gramado), Alice Braga (Kikito de Cristal) e a dupla Laura Cardoso e Léa Garcia (Troféu Oscarito), essa última que acabou infelizmente falecendo durante o festival em Gramado mesmo. 

Sempre uma alegria estar em Gramado ainda mais num dos eventos mais importantes do País para o cinema brasileiro, além claro de poder estar trabalhando nele e curtindo os diversos outros eventos que o festival proporciona.


O festival de cinema de Gramado esse ano chegou a sua 51ª edição. A trajetória do Festival de Cinema de Gramado acompanhou todas as fases do cinema nacional. Em 1992, com a internacionalização, o evento também passou a fazer um panorama da produção ibero-americana, ampliando seus horizontes cinematográficos. Agora, fortalece a cada ano o título de maior festival de cinema ininterrupto do Brasil, sempre se adaptando a novas tendências do audiovisual e trazendo os novos olhares de um cinema brasileiro contemporâneo e em constante mudança.


Mesmo com as necessárias mudanças, a essência permanece, já que, em mais de cinco décadas, o Festival de Cinema de Gramado foi palco de momentos significativos para a história e a afirmação da arte cinematográfica no país. Tudo começou em 1973, quando o evento foi oficializado pelo Instituto Nacional de Cinema. A primeira edição, que surgiu da união da Prefeitura Municipal de Gramado com a Companhia Jornalística Caldas Júnior, a Embrafilme, a Fundação Nacional de Arte e as secretarias de Turismo e Educação e Cultura do Estado, aconteceu de 10 a 14 de janeiro de 1973, já com a disputa pelo Kikito, o “Deus do Bom Humor”, cuja estatueta foi criada por Elizabeth Rosenfeld, grande incentivadora do artesanato gramadense.


As primeiras edições, realizadas no verão, foram marcadas por sensacionalismo, nudez e estrelas que buscavam fama e reconhecimento na Serra Gaúcha. Com a chegada dos anos 1980 e o aprimoramento das discussões sobre arte e cultura nos diversos espaços, o evento conquistou o título de um dos maiores do gênero no País. Já no início dos anos 1990, com a posse do governo de Fernando Collor, o Brasil presenciou um processo de quase extinção da cinematografia nacional. Para sobreviver, o Festival se tornou internacional com uma edição ibero-americana, realizada entre 15 e 22 de agosto de 1992. A nova fórmula internacional, inédita no Brasil, foi aprovada, dando novo significado ao evento.


Em sua edição de 40 anos, realizada em 2012, o Festival se reinventou com um perfil mais democrático e inúmeras mudanças, onde a figura do presidente deixou de existir e as entidades de cinema ganharam maior participação. Outros fatores foram fundamentais na construção da nova fase do Festival de Gramado, como a volta da exibição dos curtas gaúchos no Palácio dos Festivais e ingressos mais baratos para todas as exibições. Em 2014, a Gramadotur, autarquia municipal responsável pela realização dos eventos públicos de Gramado, passa a estar à frente do evento, conferindo mais transparência ao Festival.


O Festival de Cinema de Gramado premiou Mussum, o Filmis, como o grande vencedor da categoria de Melhor Filme de uma das principais celebrações do cinema no Brasil. O ator Ailton Graça, responsável por representar o humorista no filme, também foi premiado.


O longa, que narra a trajetória de Antônio Carlos Bernardes Gomes, conhecido como Mussum dos “Os Trapalhões”, rendeu a Ailton Graça o prêmio de Melhor Ator. Ailton, ao receber o reconhecimento, não conteve a emoção e mencionou ser sua primeira vitória em premiações.

Dirigido por Silvio Guindane, o filme acumulou seis troféus. Entre os premiados estavam Yuri Marçal, que interpretou uma versão jovem de Mussum, e Neusa Borges, ambos como Melhores Atores Coadjuvantes.

Outros reconhecimentos para Mussum, o Filmis incluíram o Kikito de Melhor Trilha Sonora, entregue a Max de Castro, e o prêmio de Melhor Filme pelo Júri Popular. A estreia do filme nos cinemas está prevista para 2 de novembro, aumentando a expectativa entre o público que vai assistir ao longa.


Veja a lista completa de vencedores:

Longas-metragens Brasileiros

  • Melhor Filme: “Mussum, O Filmis”, de Silvio Guindane

  • Melhor Direção: Petrus Cariry, por “Mais Pesado é o Céu”

  • Melhor Ator: Aílton Graça, por “Mussum, O Filmis”

  • Melhor Atriz: Vera Holtz, por “Tia Virgínia”

  • Melhor Roteiro: Fábio Meira, por “Tia Virgínia”

  • Melhor Fotografia: Petrus Cariry, por “Mais Pesado é o Céu”

  • Melhor Montagem: Firmino Holanda e Petrus Cariry, por “Mais Pesado é o Céu”

  • Melhor Trilha Musical: Max de Castro, por “Mussum, O Filmis”

  • Melhor Direção de Arte: Ana Mara Abreu, por “Tia Virgínia”

  • Melhor Atriz Coadjuvante: Neusa Borges, por “Mussum, O Filmis”

  • Melhor Ator Coadjuvante: Yuri Marçal, “Mussum, O Filmis”

  • Melhor Desenho de Som: Rubem Valdés, por “Tia Virgínia”

  • Prêmio Especial do Júri: Ana Luiza Rios de “Mais Pesado é o Céu”

  • Júri da Crítica: “Tia Vírginia”, de Fábio Meira

  • Júri Popular: “Mussum, O Filmis”, de Silvio Guindane

Longas-metragens Gaúchos


  • Melhor Filme: “Hamlet”, de Zeca Brito

  • Melhor Direção: Zeca Brito, por “Hamlet”

  • Melhor Ator: Frederico Restori, por “Hamlet”

  • Melhor Atriz: Carol Martins, por “O Acidente”

  • Melhor Roteiro: Marcelo Ilha Bordin e Bruno Carboni, de “O Acidente”

  • Melhor Fotografia: Bruno Polidoro, Joba Migliorin, Lívia Pasqual e Zeca Brito, por “Hamlet”

  • Melhor Direção de Arte: Richard Tavares, de “O Acidente”

  • Melhor Montagem: Jardel Machado Hermes, de “Hamlet”

  • Melhor Desenho de Som: Kiko Ferraz, Ricardo Costa e Cristian Vaz, por “Céu Aberto”

  • Melhor Trilha Musical: Rita Zart e Bruno Mad, por “Céu Aberto”

  • Júri Popular: “Sobreviventes do Pampa”, de Rogério Rodrigues

Gramado por si só já esbanja muito luxo e glamour, além claro de boas opções para todos os gostos, mas durante o festival a cidade fica mais encantadora ainda, se você não conhece Gramado ou nunca foi ao festival lhe garanto que vale muito a pena.

Para quem quiser acompanhar um pouco do que aconteceu por lá, pode ver no meu instagram @eu.vagner e no instagram da TVS Play, para a qual eu realizei as entrevistas no instagram dela @tvsplay


Já tem data para a 52ª edição, que será de 09 a 17 de agosto de 2024, todos estão convidados!




*Vagner Oliveira - Advogado

Especialista em Direito Homoafetivo

Pós-Graduado em Processo Civil

Instagram: @eu.vagner

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