Por Vagner Oliveira*
Por mais um ano estive participando da Parada Livre de Porto Alegre/RS com meu trio elétrico. A Parada Livre já foi considerada a 2ª maior do País, este ano com um público aproximado de 50 mil pessoas. Dessa vez no meu trio estive com 25 amigos que fazem parte da minha história.
Para um advogado especialista em direito homoafetivo e militante como sou há 11 anos, é muito mais que uma festa, mas sim simboliza luta e representatividade, me emocionou muito pensar em cada detalhe daquele dia.
A Parada Livre, parada gay, parada LGBT, parada da diversidade e tantos outros nomes que esse grande movimento recebe, não é apenas festa; é luta. Estamos reivindicando sermos vistos como somos: como pessoas normais, que acordam, vão trabalhar, amam, sofrem e têm sonhos.
A principal atividade da Parada LGBT é a marcha, que atrai a atenção da imprensa, autoridades e centenas de milhares de pessoas. A Parada celebra a diversidade e reforça a luta da comunidade LGBT.
Amigos meus que nunca haviam ido, foram e mudaram até a concepção que tinham sobre uma parada. Quantas e quantas pessoas (gays e héteros) repetem a mesma baboseira da ausência de conteúdo político das paradas, com destaque hipócrita para a “balada e pegação”? Honestamente, eu não compreendo quem diz isso, pois apenas os LGBTs têm a alegria dentre as principais formas de protestarem. Nas paradas não encontramos apenas pessoas da comunidade LGBT, mas diversas pessoas que entendem que o respeito e o amor podem mudar o mundo, inclusive a parada tem a participação do grupo Mães pela Diversidade, que participam da marcha e fazem um lindo trabalho.
A tradução da palavra “gay” na língua inglesa é “alegre”. Já foi xingamento e passou a ser identificação com orgulho. Em português seria o equivalente ao “rapaz alegre”, numa conexão explícita entre alegria e homossexualidade.
Estranho pensar em acabar com a alegria de alguém justamente dizendo que ela é alegre e, irônico ainda, responder a esta ofensa sendo superalegre, ou seja, não se deixando sucumbir à tristeza da vergonha. É você pôr em prática a máxima de Oscar Wilde – mega gay – “A maior vingança é viver bem”.
Que possamos ter mais motivos para sermos alegres a cada dia, e se você nunca foi, se permita a ir a uma parada, depois me conta o que achou.
Obrigado pelo carinho e reconhecimento recebido de todos.
Que venha 2025, estaremos juntos novamente em mais uma Parada Livre.
Fotos: @santtos.mp4 e @caesilva.films Make: @gabiguettabeauty Look: @stilo_bassi Dj: @callildj Patrocínio: @balyenergydrink
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*Vagner Oliveira
Advogado
Especialista em Direito Homoafetivo
Pós-Graduado em Processo Civil
Instagram: @eu.vagner
Contato: advogadovagner@hotmail.com
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