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Professor virtualizado, como ensinar?


Os desafios que tangem a virtualização do ensino perpassam o papel do professor, da escola e da sociedade perante a crise sanitária que se apresenta desde o início do ano no Brasil. A pandemia longínqua chegou ao país e tão rapidamente alastrou o temido vírus dentre a população, obrigando as instituições de ensino a fecharem as suas estruturas físicas para adotar a prática do isolamento social.



Acredito que uma das primeiras lições que o fato nos mostrou é que o ensino virtualizado não apresenta tanta facilidade em sua implantação como a maior parte da população acredita. Vários são os empecilhos que observo, dentre os quais está à falta de capacitações para os professores quanto ao uso de estratégias de ensino virtualizadas e até mesmo sobre as ferramentas de comunicação utilizadas com os alunos.


Em outro cenário, indico a dificuldade dos alunos em acessar a internet ou ainda a disponibilidade de aparelhos eletrônicos para acesso ao conteúdo no domicílio que, por conseguinte distancia a escola do grupo familiar. A virtualização do ensino não passou por um planejamento ou testes de qualidade e efetividade, visto o grau emergencial que a adaptação se fez necessária perante o cenário pandêmico que assola as comunidades.


Dessa forma, questiono: Professor virtualizado, como ensinar? Esse questionamento me acompanha há meses ao observar e viver a pandemia na sociedade brasileira. Sou professor e pesquisador na área do ensino, mais especificamente no uso de tecnologias no processo de aprendizagem e, percebo a dificuldade nos diferentes níveis de ensino, desde o básico até o superior.


Lembro que desde o mestrado, faço imersões em textos que buscam desvendar o papel do professor perante o processo de ensino e aprendizagem, cuja definição sempre foi clara, a de guia aos estudantes que transitam pela jornada do conhecimento. E, essa definição é bela, tão bela que faz de mim um professor diariamente, sem restrições, sempre disposto e feliz em ensinar algo para outra pessoa.


E nesse contexto de virtualização ressalto que grande parte dos modelos adotados pelas instituições de ensino é de continuar com o mesmo cronograma de aulas e ementas de conteúdo, mas usando ferramentas de contato virtual, principalmente plataformas de vídeo. Tal modelo é diferente daquele adotado pelo Ensino a Distância ou famoso EAD que pactua de uma metodologia de ensino própria para o ambiente virtual nos diferentes níveis a que se aplica.


Dessa forma, os professores se viram perante um desafio descomunal, o de tornar cronogramas de aulas e ementas de conteúdos pensados a partir de práticas presenciais e imersões intensas, em momentos virtualizados. E, na maioria dos casos a dinâmica está funcionando como formato temporário, meio de aproximar as instituições dos seus estudantes e oferecer o acesso aos conteúdos.


E o professor virtualizado? Permanece esforçado em sua missão de guiar os estudantes, independente do cenário que assola as instituições. E, o ensino? Haverá mudanças! Provavelmente esse modelo emergencial servirá para o momento, mas com o empenho das instituições de ensino e dos governantes, novos modelos serão adotados em consonância com a época em que vivemos.


Mas, uma coisa é certa, professores e alunos precisarão reinventar os seus papéis nos espaços de ensino e aprendizagem.


Sobre o autor - *Enf. Me. Luís Felipe Pissaia  - COREN/RS 498541

Mestre e Doutorando em Ensino

Especialista em Gestão e Auditoria em Serviços da Saúde

Docente Universidade do Vale do Taquari - Univates 

Enfermeiro de Rel. Empresariais - Marketing e Relacionamento Unimed VTRP

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