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Márcia di Paula representará Santa Maria no Miss Rio Grande do Sul Trans Oficial

Com muita emoção e gratidão, Márcia di Paula, modelo e atriz de 45 anos, que apesar de ser natural de Dona Francisca, recebeu uma bela missão, neste último sábado (13): representar a cidade de Santa Maria no Miss Rio Grande do Sul Trans Oficial, que acontecerá no dia 3 de junho, em Porto Alegre. Ela foi nomeada para representar a cidade.


Márcia di Paula  Miss Rio Grande do Sul Trans Oficial
Márcia di Paula. Foto: Augusto Diehl


“Eu me sinto muito privilegiada e abençoada, por poder representar esta cidade maravilhosa e linda que é Santa Maria, na qual eu já tive o privilégio de morar por alguns anos”, diz Márcia.


Além dos intensos estudos e preparativos para o desenvolvimento e aprimoramento de suas habilidades como modelo e atriz, como, por exemplo, fotografar, estudar interpretação e realizar cursos, desde que iniciou sua carreira há três anos por meio de uma seletiva de talentos do empresário artístico, gestor de talentos e palestrante Fabiano Biazon, Márcia terá duas semanas para aperfeiçoar suas técnicas para o concurso, já que recebeu a notícia de sua nomeação recentemente.


No domingo (15), um dia após receber a notícia sobre o concurso, Márcia teve outra grande novidade: foi aprovada para participar do Reality Show do Artista Total. Reality este, que visa lançar grandes talentos no mundo artístico, que foi idealizado por Fabiano Biazon, e que conta com as avaliações do diretor de TV Márcio Trigo, conceituado diretor da Rede Globo, que dirigiu Faustão, Xuxa, Chico Anysio e programas de grande sucesso como Os Caras de Pau, Sítio do Picapau Amarelo e Amor e Sexo.


Ela, que sempre lutou pelo seu reconhecimento e espaço no mundo artístico como uma representante da comunidade LGBTQIA+ nas passarelas, publicidades e palcos de teatro, agora também se vê pronta para mais esta missão: trazer o título de Miss Trans Rio Grande do Sul para Santa Maria, e, futuramente, o título de Miss Brasil Trans, que no final de 2022 elegeu Lu Isabelly (28), de São Leopoldo.



“Na verdade”, conta a candidata, “ser Miss nunca passou pela minha cabeça. É claro que, parando para pensar, hoje, é a realização de mais um sonho, porque não, né!?”

“Na minha vida, como na vida da maioria das trans, as coisas nunca foram fáceis. De degrau em degrau, eu fui alcançando e realizando meus sonhos. E poder representar Santa Maria como Miss, é um sonho maravilhoso que estou realizando. Inclusive, tem uma citação que gosto muito, do Raul Seixas: ‘Um sonho sonhado sozinho é apenas um sonho. Um sonho sonhado junto é realidade.’”


“Sou privilegiada por ter gente acreditando em mim e nos meus sonhos”, afirma Márcia.



A DIVERSIDADE DESFILA COMO NUNCA


No dia da escolha da Miss Rio Grande do Sul Trans, concurso coordenado pela Loly Drag, vale destacar que também acontecerá a escolha da Miss Santa Catarina e Distrito Federal. O que demonstra como os concursos estão cada vez mais expandindo seus horizontes e realizando sonhos, antes, tão reprimidos. Concurso este, que, a cada ano, vem ganhando mais destaque.


Seguindo na mesma linha, representando toda a comunidade LGBTQIA +, principalmente às mulheres Trans e sendo o segundo passo que Márcia irá percorrer, caso vença o Miss RS Trans, o Miss Brasil Trans Oficial, fundado por Rosana Star, em 1994, é considerado o maior concurso do Brasil no segmento e tem como foco trazer o olhar da sociedade para todo um glamour, à diversidade cultural dessas mulheres, buscando por uma visibilidade positiva delas, como indica a breve introdução no perfil oficial do concurso no Instagram. Mas este concurso já não é mais o único a abrir as portas para quem sonha com o título de Miss, há muitos outros, felizmente.


Inusitadamente, o Miss Universo RS deste ano, que ocorreu no dia 6 de maio, pela primeira vez, contou com a participação de uma candidata trans, a Bethina Marcante (26), natural de São Borja, que não ganhou, mas com certeza representou muito bem a comunidade LGBTQIA+. Contudo, já foi um grande passo. Sendo assim, quem levou a coroa foi a modelo e estudante de Jornalismo Maria Eduarda Brechane (19), de Rio Grande.


Por quase 70 anos, o Miss Universo contou com a participação exclusiva de mulheres cisgênero. Mas, em 2012, o regulamento passou a permitir também a participação de mulheres transgênero. O que tem resultado numa espécie de transformação nos concursos de beleza no mundo inteiro, gerando uma quebra de “padrões”, a derrubada de certas regras e a abertura para a inclusão e diversidade social.


Dessa forma, em 2018, a competição teve sua primeira candidata trans, a modelo Angela Ponce (32), primeira mulher abertamente transgênero a ser coroada Miss Espanha.


Outro momento considerado importantíssimo para o maior concurso de beleza do mundo aconteceu em agosto de 2022, que foi o fim de outra regra da competição: a de que só mulheres solteiras e sem filhos poderiam se inscrever.


Por exemplo, neste último evento do Miss Universo Rio Grande do Sul, houve a participação de mulheres casadas, divorciadas e mães, o que antes era vetado. Já a participação de uma candidata transgênero, nunca foi proibida, porém, nunca havia acontecido no Estado.


Bem como, Minas Gerais, que no dia 30 de abril deste ano realizou a escolha da Miss do Estado entre um leque bem diverso, tendo como participantes mulheres trans e mãe, pela primeira vez; na capital mato-grossense, bem antes, em 2021, Cuiabá já havia elegido sua primeira Miss Trans, a Isabelle Castro (29), sendo a única mulher trans entre as candidatas.


Outro grande passo aconteceu em outubro de 2022. Anne Jakapong Jakrajutatip, uma empresária tailandesa trans com muito destaque nos meios de comunicação do país e é grande defensora dos direitos LGBTQIA+, comprou a empresa organizadora do concurso de beleza Miss Universo. Sendo ela, então, a primeira mulher a assumir a direção do conhecido concurso de beleza americano. O que leva a crer que o Miss Universo poderá se tornar um grande palco para a inclusão trans e um exemplo aos demais concursos que ainda optam por seguir as “normas tradicionais”.


“Um concurso como o Miss Rio Grande do Sul Trans Oficial, mostra a importância que a população trans tem. Somos gentes. Somos seres humanos, e merecemos ser respeitadas. Terão críticas? Sim! Sempre terão. Mas também terão elogios, palavras de incentivo e apoio, e são nessas colocações que eu vou me apegar.”


“Ser trans é um ato de coragem, pois se enfrenta um obstáculo a cada dia”, finaliza Márcia di Paula.


Siga: @marciadipaulaoficial / @missrsgayetrans.oficial / @Missbrasiltransoficial


Contato: Fabiano Biazon (51) 9 8011-1621

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