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Barbies da modernidade


O tema me entristece profundamente. Não sei se conseguirei expor em palavras o tamanho da minha chateação diante desse fato. Assunto de hoje: os procedimentos estéticos no rosto das pessoas, especialmente mulheres. Nunca fiz um procedimento estético porque confesso que tenho medo. Parece que as pessoas começam a fazer e se torna um vício pela “perfeição”.



Sou totalmente imperfeita, acho que isso me dá até, quem sabe um certo charme. Tenho as minhas marcas, minhas rugas. Meus sinais, minhas linhas de expressão que fazem parte de mim e da minha história. Não serei hipócrita e dizer a vocês que nunca na vida colocarei um "botoxzinho". Certamente que sim. Não é disso que eu falo. Outro dia vi uma amiga e ela parecia que estava descansada. Perguntei: Nossa que cara boa tu está? Foi a um SPA amiga? “Ela: não Botox com a Dra. Beatriz – ela tem uma mão bem levinha.”


Meu deus! Será essa a solução? A leveza da mão do médico que coloca o Botox? Então o povo anda pegando pesado! Mas não! É algo mais! Muito mais na real. E sabem quando me entristeço mais? Quando entro no meu Instagram e vejo algumas amigas, conhecidas ou amigas de amigas tudo com a mesma cara. Outro dia vi uma foto e foi ai que me dei conta disso. Todas tinham a mesma cara. O mesmo nariz, bochecha, testa. Fiquei triste. Na novela, nos filmes é a mesma coisa! Já teve atrizes de Hollywood que não reconheci quem era de tanta coisa que haviam feito. E o mais estranho de tudo é que elas ficam bonitas.


Não estou aqui dizendo que elas ficam feias. Não estou aqui eu com inveja da perfeição do rosto dessas mulheres. De forma alguma! Me lembro de quando eu tinha as minhas barbies . Me chamava atenção que todas eram idênticas. Só mudava a cor do cabelo e a roupa. Certo dia meu avô foi viajar e me trouxe uma Barbie diferente. Ela era mais tudo! Mais gorda (obvio que comparado à magreza da original), mais peituda, mais nariguda. Não tinha a perfeição milimétrica das outras barbies. Confesso que ela era a minha preferida!


Tenho uma relação muito particular para o belo. Uma pinta pode ser belo. Uma cicatriz, um dedo torto. Acho que o belo é o natural... o que faz parte daquela pessoas. O jeito que ela caminha. O jeito que fala, o jeito que sorri. E não consigo não ficar paralisada quando vejo fotos e mais fotos de barbies... cada dia mais e mais. Me entristece... me sinto as vezes quase que um peixe fora d’água. Obvio que não estávamos falando de procedimentos que melhoraram a qualidade de vida. E tenho a sensação que é algo tipo um vício. Tu faz uma vez... gosta! Daí faz de novo! Ah... só mais um pouquinho...e quando vê está com uma cara sem expressão alguma. Como se fosse um robô.


Meu planejamento é viver até os 84 anos pode ser que um dia acorde e tenha uma crise e modele toda a minha cara! Espero que não! Mas né! O que mais me apavora é que os procedimentos estão começando cada vez mais cedo. O Botox, ou seja, lá quais forem. Sou uma raridade, aos 42 anos de idade” virgem de procedimentos estéticos” hehehe. Pode ser que daqui a alguns anos possa estar escrevendo para vocês a seguinte coluna: a vida depois do Botox!

Vai saber... até lá então...

Um beijo!

Vanessa Campos

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