Por Luis Pissaia*
A essência masculina está longe de ser um tema dispensável para os dias atuais, principalmente em um momento de crise e distanciamento social em que as pessoas estão se voltando para si. Em suma, a essência pode ser compreendida como o cerne de qualquer indivíduo que compreende os valores, os princípios e a moralidade que cerca a vivência do ser.
Muitos preconceitos cercam a compreensão da essência masculina, desde que a sociedade suprimiu os sentimentos do homem perante os deveres em que o mesmo deve explorar na comunidade. Dessa forma, várias vertentes teóricas estimularam a redescoberta da masculinidade, e nas últimas décadas compuseram aquilo que pactuamos atualmente como autoconhecimento.
O autoconhecimento em si também é uma terminologia cercada de estigma, prateleiras de livrarias e gêneros literários receberam essa denominação nos últimos anos, compondo aquilo que a massa acredita ser como os “manuais de viver melhor”. Os ditos “manuais” são obras destinadas a vender fórmulas, receitas e roteiros de uma vida plena e significativa tendo como base os contextos financeiros, físicos e psicológicos. Contudo, há algo que deixou de fazer parte das obras de autoconhecimento, que foi o estímulo para a busca pela própria essência.
É sabido que, o mercado literário garante a venda de obras que apresentem fórmulas mágicas e rápidas de melhoria da vida da população em geral, mas o que ninguém consegue verificar é a inaplicabilidade desses modelos em longo prazo, haja vista a individualidade das pessoas e os ciclos vitais. O autoconhecimento em si não regra o individuo sob quaisquer doutrinas ou oferece determinado resultado como fim da leitura ou aplicação do método.
O autoconhecimento é uma busca que compõe a natureza humana, contemplando a elevação da essência tendo como base a liberdade de expressão e desenvolvimento do ser humano enquanto contexto individual e coletivo. Nesse ponto é que ligamos a essência masculina com o autoconhecimento.
Em um ambiente de papéis sociais construídos historicamente, o homem por vezes aparenta ser o vilão das relações humanas, atingindo de cheio a percepção que o mesmo possui da sociedade e a interação com a natureza. E nesse viés, o autoconhecimento surge como um aliado para o homem atingir a plenitude vital.
O autoconhecimento masculino também é uma construção, ou melhor, uma desconstrução social aliada ao movimento de voltar para si, para o outro e o ambiente. Nunca o homem foi tão cobrado por produtividade, comportamento e bem-estar, minando a forma de viver digna e atraindo receitas fáceis de contrair resultados.
A dica para 2021 é pensar mais em si, buscar a essência e mergulhar de cabeça em tudo aquilo que acredita. A experimentação é a força que motiva e impulsiona o bem-estar masculino e o autoconhecimento. Por vezes, a trajetória exige um auxilio, seja profissional ou até mesmo família, amigos e companheiros.
Dessa forma, não perca tempo, uma vida plena exige uma jornada trabalhosa e de construção continua dos degraus.
Sobre o autor - *Enf. Me. Luís Felipe Pissaia - COREN/RS 498541
Mestre e Doutorando em Ensino
Especialista em Gestão e Auditoria em Serviços da Saúde
Docente Universidade do Vale do Taquari - Univates
Enfermeiro de Rel. Empresariais - Marketing e Relacionamento Unimed VTRP
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