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Aqui não tem inferno astral 


Minha primeira coluna de 2020, quero desejar a todos que me acompanham por aqui um ano repleto de paz, sucesso, saúde, amizades verdadeiras e principalmente muito amor, e por estarmos no mês do meu aniversário vou falar deste temido inferno astral.


Para alguns, a casa dos 30 pode até assustar, mas a verdade é que nessa idade nos encontramos na vida, fazemos as pazes com nós mesmos e finalmente começamos a nos amar de verdade. Não faço a menor ideia se me comportei direitinho, se cumpri com os meus deveres e se fui um bom menino, daqueles de fazer os pais encherem a boca ao falar.


Mas acho que fui um filho na média, entende? Infância, adolescência e depois essa fase adulta que muitas vezes nos assusta, eu com minha independência e claro, as consequências das minhas escolhas. Afinal, estou vivo e não tenho nervos de aço. E, no último ano, confesso que me esforcei para corresponder às expectativas da minha família e pessoas que amo e, penso que não os decepcionei.


Na profissão escolhida, sem nenhum arrependimento, mesmo diante de algumas maldades, sou vencedor. Jamais vencido. Só não comprei, ainda, uma casa no campo onde eu possa ficar do tamanho da paz e tenha somente a certeza dos amigos do peito e nada mais. Então, no balanço de perdas e danos, posso dizer que sou feliz. E afirmo isso num período em que, tradicionalmente, a minha vida virava de pernas para o ar.


Sempre digo que meu ano começa no meu aniversário que foi agora dia 14 de janeiro, onde completei 31 anos (apesar de não parecer hehe) e muitos me alertaram que eu passaria pelo período mensal que antecede o meu aniversário, o temido inferno astral, e não estou nem aí.


Não tive medo do que poderia ocorrer, não evito mais passar embaixo de escada, abano para gatos pretos e sei que estou protegido. Ou melhor, armado para a vida. Ignoro totalmente como alcancei este estágio quase zen de felicidade. E, se soubesse a receita, ao contrário de outras vezes, iria distribuir de graça para todo o mundo. Defendo que é um somatório de acertos e encontros.


Apenas atesto que detalhes tão pequenos de minha vida são coisas muito grandes e alimentam, nas doses suficientes, os meus momentos de felicidade. Há quem diga que entende de Astrologia e que vivemos o tal de “inferno astral” no período que antecede nosso aniversário.


Não tenho muita certeza do tamanho da influência dos astros sobre os percalços destes dias, mas é sempre bom achar uma desculpa para dar conta de pequenas tragédias cotidianas. Mas, vamos combinar: há dias bem difíceis! Se eu fosse avaliar o mês que antecede meu aniversário foi quando estava entrando em férias, com amigos que amo, que me fazem bem e que me fizeram eu me sentir vivo, não posso reclamar de nada, pois sempre achamos que estamos no inferno, até darmos uma volta na rua.


Acredito muito nos astros, na influência dos signos, da conexão de duas pessoas devido ao seu nascimento, mas acredito também que muita coisa somos responsáveis, e somos capazes de fazer diferente. Meu 2019 foi um ano inesquecível, mas fiz tudo que estava ao meu alcance e que na minha visão era correto e assim continuarei, seguindo meu coração e minha intuição, pois não há inferno astral que possa ser mais forte que nossa vontade de fazer as coisas acontecerem.


Todo o ano que passa existe um momento complicado para mim, muito complicado mesmo. Mas como sei que isso acontece todo ano, sei também que vou superar e passar. Não podemos viver dando desculpas para o além de coisas que dependeram de nós para acontecer, ou pior ainda, quando não depende de nós.


Na plenitude destas gotas de felicidade, sei que nenhum inferno astral conseguirá me abalar. Tenho antídotos poderosos e não desço do salto. Nos 30 dias que precederam o meu aniversário de 31 anos, continuei e me esforcei a minha saga de ser feliz e nos outros 335 farei o mesmo. Porque cultivo amigos que dão sempre uma colheita farta. Porque procurei alternativas que não me levassem ao ócio durante a minha juventude. Porque sei dos meus limites e dos meus desvarios. Porque compreendi que cada um dá apenas o que pode. Porque estou mais experiente. E "hoje, ando devagar, porque já tive pressa".


Coluna vagner oliveira
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*Vagner Oliveira - Advogado Especialista em Direito Homoafetivo

Pós-Graduado em Processo Civil

Instagram: @eu.vagner

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