É, não adianta, têm coisas que só aprendemos quando sentimos na pele. Vivências práticas acabam sendo transformadoras. Fatos se concretizam em nossa vidas, deixando de ser apenas hipóteses. Se tornando reais.
Já faz tempo que venho pensando sobre meus ancestrais, sobre suas vidas, suas glórias, suas derrotas, suas falhas. Uma longa trajetória, que começou antes mesmo dos meus bisavós. Estudos apontam que somos influenciados pelas quatro gerações anteriores a nossa existência. Acredito que sim!!!!!
Quando perdi meu avô materno, era muito jovem, senti uma tristeza profunda, um vazio - até porque eu era apaixonada por ele. A vida foi transcorrendo. Perdi meu avô paterno, um tio, minha avó paterna. A materna nem conheci. Fui entendendo sobre os ciclos da vida, sobre as lutas individuais, sobre amor, sobre as falhas humanas, os legados familiares e suas nuances.
Não tenho dúvidas que hoje passado quase um ano do falecimento do meu pai, por fim, entendi a ancestralidade. Carrego comigo metade dos seus genes. Pensa! Isso é muito forte. Se não fossem meus pais eu não existiria. Minha vida, tudo… seria nada. Algo imensamente poderoso. Só posso sentir uma enorme gratidão.
Tive com ele as conversas mais difíceis, mais profundas e dolorosas. Aprendi diversas coisas, valores, ensinamentos, mas o mais importante para mim, hoje, é que entendi que temos que honrar em vida nossos ancestrais.
Honrar como? Vocês podem estar se perguntando. Honrar tento uma vida plena, com sentido. Ter orgulho de quem se tornou com todos o defeitos e qualidades. Ser o protagonista da própria história. Honrar a ancestralidade é levar adiante o legado daquela estória que começou há tantos anos atrás!
Honrar o aqui e o agora sem se esquecer que temos um passado marcado em nós. Honrar é perdoar os erros porque pode ser que num piscar de olhos eles se transformem em acertos.
Honrar é ter a tranquilidade de que o melhor para aquele momento foi feito. Honrar é ter saudade e vontade de viver ainda mais . É secar as lágrimas e logo após sorrir porque se está sendo feliz! Honrar é amar quem ainda está por aqui e sempre ao seu lado construindo uma linda história, no meu caso minha querida mãe. Não não ter medo de expressar esse amor.
Hoje entendi por fim … esse negócio! Porquê, às vezes, é a dor que ensina a gemer. E as poucos a dor passa e vai nos transformando em seres mais seguros, tranquilos e em paz!
Um beijo até a próxima
Psicóloga Vanessa Campos
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