Beirando meus 4.0 de idade fico pensando, já que meus dentinhos de leite vieram comigo até aqui, por favor, sigam até o fim. Darei o meu melhor, cuidarei ainda mais de vocês meus queridinhos, nunca me abandonem.
Tenho três dentes de leite. Durante a vida toda, após as consultas com dentistas, recebendo o diagnóstico de que eles estavam saudáveis e firmes, eu dizia a mim mesma que quando eles ficassem “molinhos” eu planejaria a substituição, mandaria fazer implantes, já que não existem os outros para tomarem a posição naturalmente.
Porém, até hoje eles nunca me apresentaram nenhum sinal de que precisam “encerrar suas funções”. Então me acostumei tanto com eles que agora eu não quero deixá-los nunca. Não me importo e nunca me importei com a assimetria ou os espacinhos entre meus dentes. Sempre vi como características minhas, sou assim e não tenho interesse de corrigir o que não vejo como um problema. Me sinto bem com minha aparência.
É claro que o fato é curioso, quando falo sobre isso com amiga(o) ou algum conhecido, contando que ainda tenho dentes de leite, e não apenas um, a reação é sempre a mesma: “NÃO ACREDITO”!
Mas podem acreditar! Isso é mais comum do que se pensa. Para quem quer entender porque algumas pessoas continuam com seus dentes de leite na fase adulta, e em alguns casos por toda a vida, trouxe aqui a explicação da Dra. Tainá Fritzen, que é cirurgiã bucomaxilofacial. Convido vocês a lerem:
Dentes de leite em adultos – Por que acontece?
(Texto: Dra. Tainá Fritzen)
Esta anomalia, denominada anodontia, agenesia ou ausência congênita de dentes, pode ser causada por diversos fatores, mas o principal deles é a hereditariedade.
O desenvolvimento dentário se inicia durante a fase embrionária da gestação (da primeira à oitava semana após a fecundação). Os dentes de leite, ou dentes decíduos, começam a erupcionar a partir do sexto mês após o nascimento. Os decíduos costumam cair naturalmente por volta dos seis anos de idade. Em seu lugar, nascem os dentes permanentes, por volta dos 13 ou 14 anos, a dentição decídua já deve estar totalmente substituída pela permanente.
Os dentes decíduos têm tamanho ligeiramente menor que os permanentes. A dentição decídua é formada por 20 dentes, enquanto a dentição permanente é composta por 28 a 32 dentes (o número varia, se preservados os sisos, que podem ou não nascer). Enquanto os dentes permanentes desenvolvem-se, a raiz dos dentes decíduos vai sendo reabsorvida até que o dente fique sem suporte (mole), caindo em seguida.
Este é um processo natural do crescimento humano, chamado de exfoliação, que só acontece na presença do germe do dente permanente que virá substituí-lo. Entretanto, existem casos em que um ou mais dentes permanentes não se desenvolvem e, por isso, o processo de reabsorção da raiz não acontece, tornando o decíduo retido, ou seja, nunca cai.
Assim, o paciente adulto apresenta dentes de leite entre os permanentes. Essa anomalia, denominada anodontia, agenesia ou ausência congênita de dentes, pode ser causada por diversos fatores, sendo a hereditariedade o principal deles. Não é incomum pacientes adultos apresentarem dentes decíduos na boca. Se o dente de leite estiver firme, saudável, bem harmonizado com o restante da arcada dentária e o paciente não se incomodar com a aparência infantil do dente de leite, ele pode permanecer ali por toda a vida.
O que é recomendado aos adultos que permanecem com dentes de leite?
Entretanto, o mais comum é que este dente amoleça, por não suportar as cargas mastigatórias, tornando-se mais frágil, causando problemas mastigatórios e ortodônticos. Por isso, o mais recomendado ao dente de leite que não caiu seja extraído e substituído por um implante dentário. Pelo dente de leite ter ficado por muitos anos, ele, sem querer, ajuda manter uma certa estrutura óssea, o que facilita a colocação de um implante, que reabilita permanentemente as funções de fonética, mastigação e estética.
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