Por Luigi Bitencourt*
A enchente que atingiu o Rio Grande do sul deixou muita tristeza e pessoas e animais sem casa. Muitos destes animais foram resgatados e ainda estão desabrigados. A revista Eléve vai mostrar várias formas para poder ajudá-los.
A seguir leia um bate papo com o Fernando Simões, que é Jornalista e sócio fundador do Santuário Voz Animal.
Luigi - Quais itens vocês estão necessitando nesse momento? E onde entregar essas doações?
Fernando Simões - Atualmente a ONG Voz Animal é responsável pelo abrigo no shopping Iguatemi-Porto Alegre e é parceira do hospital veterinário do shopping Pontal. No momento cada local necessita de diferentes itens.
Lista para o shopping Iguatemi:
* Roupas para cães, tamanho G e GG.
* Rações Premium e Super Premium (em razão dos animais estarem debilitados).
* Casinhas
* Medicamentos (consultar instagram da ong @sant_vozanimal).
Lista shopping Pontal:
* Tapetes higiênicos
* Medicamentos (consultar instagram da ong @sant_vozanimal).
* Raçoes hipercalóricas AD e Recovery
Em ambos os abrigos necessitamos voluntários, principalmente para os turnos da noite e madrugada.
Luigi - Qual a importância de um lar temporário?
Fernando - O lar temporário é a garantia de que o animalzinho vai receber cuidado e atenção de uma maneira mais intensa. Um animal num abrigo, dividindo atenção com outros 200 animais ou mais, a chance dele não estar assistido devidamente é muito grande. Então, em um lar temporário, tem pessoas observando e olhando por ele de uma maneira mais precisa. É também a chance dele se ressocializar e não se sentir estressado, porque vai para uma casa onde pessoas vão passear com ele, vão cuidar e fornecer abrigo.
Luigi - Quais os requisitos para quem quer ser um lar temporário?
Fernando - Uma pessoa para ser lar temporário precisa estar consciente de que ela tem deveres com o animal. Precisa se responsabilizar, caso o animal venha a ficar doente, e oferecer apoio veterinário adequado. Tem que dar alimentação de qualidade, espaço para proteção e lazer e passeios também. Um lar temporário exige mais que boa vontade, é preciso estar estruturado e ter conhecimento das demandas que o animal necessita.
Luigi - No momento têm animais para doações nos abrigos?
Fernando - Sim. Principalmente aqueles animais onde se constatam maus tratos prévio ao incidente que acometeu o nosso Estado. Os animais encaminhados para doação também são: cães que eram explorados como matrizes para reprodução, cães que eram usados para rinhas, cães com doenças que seriam evitáveis se os tutores tivessem tomado às medidas necessárias, como vacinação e acompanhamento veterinário.
Luigi - Quais as principais dificuldades, nesse momento, e como a população pode ajudar?
Fernando - As principais dificuldades no momento é dar conta do número de animais que foram resgatados e estão perdidos e que não encontraram suas famílias e que nem serão requisitados. Outra dificuldade é dar conta de tantos animais abandonados e conseguir atender a todas as demandas desses animais. Cada um tem uma particularidade, tem um probleminha específico. O olhar cuidadoso sobre a saúde de cada um deles é um desafio, bem como a dificuldade financeira e dificuldade para manter voluntários conforme a tragédia vai passando. A principal ajuda que a população pode ofertar nesse momento é oferecer um lar temporário, adotar e principalmente desincentivar o comércio de animais, pois muitos cães matrizes estavam com a saúde bem debilitada. Desestimular o comércio de animais é uma ação muito importante.
Luigi - Quais são as páginas da internet onde os donos podem procurar por animais resgatados das enchentes?
Fernando - Site: meubichotasalvo.com.br
Instagram: @aubrigo_scooby
Em breve têm também a ideia da Prefeitura, junto com desenvolvedores, unificarem tudo em um site só.
Fernando finalizou a entrevista deixando uma mensagem importante: “Esse problema dos animais, das enchentes, é um problema que vai se estender a médio e longo prazo. Ele é resultado de uma completa e total ausência de políticas públicas para resolver o abandono de animais, seja em âmbito municipal, estadual e federal. E, de certa forma, com essa tragédia que nos acometeu, estamos recebendo uma chance de finalmente olhar para esse problema e resolvê-lo. Fazer uma castração em massa, fazer o atendimento desses animais debilitados, curá-los para que não sejam transmissores de zoonoses, estender esse atendimento aos animais que não foram afetados pelas enchentes, mas que são afetados pelo descaso do poder público e da sociedade e continuam perambulando pelas ruas. Então a gente tem a chance de resolver um problema nacional que vitimiza mais de 30 milhões de animais em situação de abandono e maus tratos que perambulam pelas ruas do Brasil.”
Autor: *Luigi Bitencourt é um jornalista apaixonado pelo mundo pet.
Para ler mais matérias em sua coluna clique aqui.
Comments